Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC

Segundo o Banco Central, o principal indicador coincidente da atividade econômica, o IBC-BR, registrou queda de 0,2% em maio, na comparação mensal dos dados dessazonalizados. A variação mensal ficou praticamente em linha com as projeções do mercado, que esperavam 0,3% de queda.

A queda na margem continua refletindo o ritmo letárgico de crescimento da economia. No acumulado em 12 meses o indicador registrou grande desaceleração, passando de 2,2 % em abril para 1,9% em maio.

O resultado ocorre após a divulgação da Produção Industrial Mensal (de acordo com a nova metodologia, apontou queda de 0,6% na comparação de maio com ajuste sazonal) e da Pesquisa Mensal do Comércio, que mesmo crescendo (indicou alta de 0,5% nas vendas do varejo restrito, mantida a base de comparação), não apresentou força suficiente para elevar o indicador de atividade agregada.

Com este resultado, a atividade econômica de acordo com o indicador do BC devolveu todos os ganhos obtidos no ano, retornando ao patamar registrado em dezembro de 2013. Ademais, a expectativa para o fim do ano não é das melhores: a indústria não aponta mais para sinais de recuperação, isto é, se conseguir manter estabilidade no crescimento com relação a 2013 já é algo a se comemorar. O setor de serviços deverá manter o crescimento da economia, em especial o varejo, que deverá crescer cerca de 3,5% no ano. Por fim, o setor agrícola devido ao alto crescimento obtido no ano passado deverá ter - por efeito base de comparação - um crescimento mais modesto. Nestas circunstâncias, o resultado oficial do PIB deverá ser muito inferior ao esperado no início do ano, com um tímido aumento: 0,9%.

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