De acordo com o IBGE, a apuração do resultado da inflação oficial (IPCA) foi de 10,36% em fevereiro, considerando os valores acumulados em 12 meses. Na variação mensal, o índice desacelerou 0,37 p.p. frente a janeiro, com elevação de 0,90%.

O maior responsável pela desaceleração foi o grupo de Habitação, cuja queda foi de 0,15% e impactou negativamente em 0,02 p.p. no índice agregado. O principal item que ocasionou este fenômeno foi a tarifa de energia elétrica, que recuou 2,16%. Outros grupos também apresentaram desacelerações em fevereiro: Alimentação e bebidas, passou de 2,28% para 1,06%; Transporte, variou +0,62% ante 1,77% observado em janeiro; e Despesas pessoais, com queda de 0,42 p.p., oscilando +0,77% em fevereiro.

Apesar de significativa desaceleração do índice, o cumprimento da meta de inflação mostra-se ainda impraticável (inclusive contabilizando o teto da meta, de 6,5%), com o mercado prevendo um IPCA de 7,59%, de acordo com o boletim Focus do BC divulgado no início da semana.

Por conta do processo desinflacionário ocorrer mais por um efeito estatístico (por base de comparação, uma vez que em 2015 os níveis inflacionários estavam piores) do que pela atuação anticíclica da política monetária, espera-se que o nível geral de preços não desacelere de forma considerável ao longo do ano: os preços livres continuam com perspectivas ruins, ocasionadas em grande parte por causa da tributação recente do grupo de “Alimentação e bebidas” e do nível ainda elevado das tarifas de serviços – os quais deverão sofrer ainda algum efeito de inércia inflacionária derivada de 2015. Este cenário corrobora a hipótese de manutenção dos juros no atual patamar e inflação próxima de 7,5% no fim do ano.

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