Dados divulgados hoje pelo IBGE mostram que a Produção Industrial subiu 0,4% em janeiro, descontados os efeitos sazonais. Apesar da elevação marginal, nos valores acumulados em 12 meses, a queda foi aprofundada, atingindo 9% (aumento de 0,7 p.p. ante a aferição de dezembro). Na comparação de janeiro contra o mesmo mês de 2015 houve recuo de 13,8%.

Na avaliação do acumulada em 12 meses, entre as grandes categorias econômicas, as Indústrias de Transformação apresentaram queda de 10,4%, enquanto as Indústrias Extrativas obtiveram alta de 1,3%.

Mantida a base de comparação, considerando a análise por Categorias de Uso, as perdas permaneceram bastante acentuadas: -27,0% para Bens de Capital, -9,9% para Bens de Consumo e -6,0% para Bens Intermediários. Na análise mensal com dados ajustados sazonalmente, o setor de Bens de Consumo Semi e Não-duráveis obteve elevação de 0,3%. No entanto, a queda na margem do setor de Bens de Consumo Duráveis foi mais intensa, de 2,4%, trazendo a categoria de Bens de Consumo (total) para território negativo (-0,9%).

Com o atual patamar de juros, ajustes do mercado de trabalho, inflação elevada, mas principalmente com a queda do consumo das famílias, a demanda das empresas tem sido gradualmente reduzida, prejudicando a receita dos fornecedores industriais. Enquanto a confiança econômica manter-se em níveis historicamente negativos, a retomada de produção na indústria encontra-se distante de ser concretizada. Tendo em vista estas influências, esperamos que a indústria encerre 2016 ainda em nível negativo.

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