Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC  

Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) realizada pelo IBGE, o índice de receita nominal no setor de serviços cresceu 7,6% em julho na análise de longo prazo, isto é, na variação acumulada em 12 meses até o período. Apesar da elevação, o índice desacelerou 0,4 p.p. em relação a junho. Em termos reais – descontados da cesta de serviços do índice inflacionário oficial (IPCA), calculados pela equipe de economia da Boa Vista SCPC - a abertura geral  já apresenta queda de 0,8%, mantida base de comparação.

Analisando as variações reais acumuladas em 12 meses (após descontadas pelas correspondentes aberturas do IPCA), a maior variação foi a do setor de "Informação e Comunicação", que obteve alta de 6,4% no período. Já o crescimento de “Serviços de transportes, auxiliares aos transportes e correios” foi de 5,5%, enquanto “Serviços prestados às famílias” elevou-se em 3,3%. Na contramão caminharam “Serviços profissionais, administrativos e complementares”  e “Outros serviços”, que obtiveram quedas de -1,3% e -1,9% respectivamente.

Os dados andam em linha com os da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada recentemente pelo instituto, mostrando também desaceleração do crescimento no longo prazo. O resultado reflete a atual conjuntura econômica de curto prazo, que não é das melhores: inflação em níveis desconfortáveis forçam uma atitude mais enérgica da autoridade monetária, que em diálogo na última Ata do Copom sinalizaram tal tendência. Ademais, independentemente do resultado das eleições, o ajuste fiscal deverá ser o cenário base do próximo Governo, uma vez que todos candidatos declararam a necessidade de um maior controle das finanças públicas. Diante deste cenário, a desaceleração do crescimento nominal da receita no setor de serviços deverá intensificar-se até o final do ano, podendo obter alguma reversão após o primeiro semestre de 2015.