Por Flávio Calife e Juliane Mazetti, da área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC

A Alemanha sustentou o desempenho positivo da zona do euro em 2014. O país surpreendeu as expectativas e apresentou crescimento do PIB de 0,7% no quarto trimestre de 2014 e 1,6% no ano. A boa performance da economia foi sustentada pelo aumento dos investimentos e do consumo das famílias. As outras duas economias mais importantes da zona do euro, França e Itália, apesar de apresentarem resultados melhores do que os de 2013, contribuíram de forma oposta para o crescimento da economia do bloco.

A França apontou crescimento no último trimestre de 2014 de 0,1% frente ao terceiro trimestre, e resultado da atividade no ano de 0,4%, número pouco melhor do que os obtidos nos dois anos anteriores. Já a Itália, 3ª maior economia da zona do euro, obteve estabilidade no quarto trimestre de 2014 e no acumulado do ano apresentou recuo de 0,4%. Mesmo que negativo, o resultado anual mostrou-se melhor do que em 2013, quando registrou queda de 1,9%. Vale lembrar que o país não apresenta crescimento do PIB desde o segundo trimestre de 2011. Considerando toda a zona do euro, o aumento no último trimestre foi de 0,3%, enquanto no ano acumulou crescimento de 0,9%, superando as expectativas de 0,2% e 0,8% dos analistas, respectivamente.

A Comissão Europeia já prevê crescimento do grupo em 1,3% para 2015 e para 2016 lança expectativas ainda mais otimistas de 1,9%. O bloco também comemora a taxa de desemprego de 11,4% em dezembro, a menor desde agosto de 2012. Estes fatores favorecem previsões positivas e reacendem as chances de uma retomada mais sustentável da economia europeia, mas o fator Grécia ainda é uma incógnita.