Por Flávio Calife

O efeito prolongado do recuo da atividade econômica sobre as empresas costuma ser devastador. Em 2014, a economia brasileira não recuou, mas cresceu apenas 0,1%, enquanto em 2015 a queda foi de 3,8%. Nesse cenário as empresas perderam vigor e a economia reduziu seu dinamismo, o desemprego aumentou mais de 50% e o número de vagas disponíveis caiu vertiginosamente.

A fraca atividade em conjunto com elevados custos atingiu em cheio o caixa das empresas ao longo de 2015, os pedidos de falência fecharam aquele ano com crescimento de 16,4%. Além das falências, muitas empresas simplesmente fecharam as portas. A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) calcula que este número chegou a 30 mil lojas no Estado de São Paulo e de 100 mil no país em 2015. A procura por imóveis comerciais despencou.

E as expectativas para 2016 não são nada otimistas – novamente com quedas de mais de 3%. O primeiro trimestre de 2016 por enquanto não traz boas notícias. Dados da Boa Vista SCPC mostram que os pedidos de falência registraram alta de 31,6% no trimestre em relação ao mesmo período de 2015. E as pequenas empresas respondem por 88% desses pedidos.

Sem previsão de mudança no cenário macroeconômico em 2016, os indicadores parecem conservar, de forma mais intensa ainda, a tendência de alta observada ao longo de 2015. É notória a quantidade de imóveis comerciais vazios pelas cidades. O país "tá pra alugar".