Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registou em setembro queda de 0,01% frente a agosto na série com ajuste sazonal. Considerado como um sinalizador de desempenho do PIB, o IBC-Br registrou queda de 0,12% na comparação com o segundo trimestre. Tal resultado deveu-se, sobretudo, à retração observada pela indústria, cuja produção teve queda de 1,4% no mesmo período. Em contrapartida, o resultado só não foi pior devido ao bom dinamismo do varejo, que registrou em setembro o sétimo mês consecutivo de alta.

A queda do ritmo de atividade no terceiro trimestre já era esperada pela RC Consultores após o bom resultado obtido pelo PIB no trimestre anterior. No entanto, cabe frisar que em relação a igual período de 2012, a economia mantém evolução positiva, ainda que lenta. Em comparação com igual trimestre de 2012, o IBC-Br registrou alta de 2,7%. No ano, o índice acumula crescimento de 2,8%. A fraca evolução da indústria continua sendo o principal fator de contenção da atividade. Mesmo com a desvalorização do Real nos últimos meses, os ganhos de competitividade ainda não foram assimilados. Ao invés disso, dada a forte dependência da indústria brasileira por insumos importados, a depreciação do câmbio acabou por onerar ainda mais o produtor nacional. Embora o varejo continue crescendo, isso ocorre em ritmo cada vez menor. O dado divulgado pelo IBGE ontem mostrou que o crescimento em 12 meses caiu para 4,8%, a menor taxa desde meados de 2004. O último trimestre deve apresentar alguma melhora em relação ao terceiro, mas não será capaz de levar o crescimento da economia além dos 2,5% este ano.

Ed.314