Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O Banco Central anunciou novas compras de papéis pré-fixados e atrelados a índices, cujos preços vêm despencando no mercado pela atual volatilidade, como forma de conter a espiral descendente do valor das carteiras e estabilizar expectativas. É normal esse tipo de atuação. O Bacen entra comprando os títulos que os aplicadores querem vender. Com isso reduz a pressão de alta nos juros futuros, aqueles que marcam o valor de papéis transacionados no mercado de futuros.

O ambiente externo, com a reiterada suspeita de que o FED vai diminuir as compras de papéis no 2o semestre (que é o movimento contrário ao que o nosso Bacen está fazendo nesses dias)  deixou o mercado mais ansioso, como prevíamos na Nota de ontem. Tais dúvidas dificilmente refluirão a curto prazo. Com isso, continua a pressão sobre o câmbio. A alta pode nos levar a patamar de R$2,30 nos próximos dias, embora sem sustentação. O novo patamar ainda é desconhecido. A pressão cambial põe o Bacen numa cama de sete varas: a inflação fica mais pressionada, pedindo mais altas de juros; porém, a volatilidade presente sugere intervenções no sentido de conter os juros futuros.

Ed.210