Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Banco Central manteve os juros em 7,25% ao ano pela terceira vez consecutiva, mas indicou que poderá elevar a taxa a partir da próxima reunião. Em comunicado, o BC destacou que “irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião, para então definir os próximos passos na estratégia de política monetária”.  Até então, o BC vinha reiterando nos comunicados que a “manutenção dos juros por um período de tempo suficientemente prolongado” era a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta. A manutenção dos juros nessa reunião já era esperada. A substituição da expressão “suficientemente prolongado” por “acompanhar a evolução macroeconômica para então definir a estratégia monetária” foi entendida pelo mercado como indicação de que está aberta a possibilidade de aumento da taxa. Os contratos futuros de juros já indicam isso.  O vencimento em janeiro de 2014 abriu hoje a 7,77% contra 7,66% no fechamento de ontem.

O BC tem fundamentado as decisões em três fatores: o crescimento, o inflacionário e o político. O crescimento da economia este ano ainda não está consolidado, alguns sinais de retomada podem ser prejudicados com a elevação de juros. Existe uma pressão inflacionária, sobretudo em serviços, mas a safra agrícola pode suavizar essa pressão. A redução da taxa de juros é um pilar político do atual governo, que tudo fará para que os juros não aumentem. Embora a postura em relação à política monetária tenha sido modificada, a alta nos juros, se houver, pode ainda demorar

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