Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

A Cepal reduziu ontem a expectativa de crescimento para os países da América Latina e Caribe em 2014 de 2,7% para 2,2%. Os principais responsáveis por esta queda foram Brasil e México, que tiveram suas projeções reduzidas para 1,4% e 2,5%, respectivamente. Dentre os nossos vizinhos, destaque positivo para o bom crescimento de Colômbia (+ 5,0%), Peru (+ 4,8%), Paraguai (+ 4,5%), Uruguai (+ 3,0%) e Chile (+ 3,0%). O destaque negativo fica para a Argentina (+0,2%) e a Venezuela (-0,5%), os dois piores resultados apresentados dentre todos os países da América Latina.

Crescer menos que a metade dos demais países da América Latina é um sinal alarmante para a nossa economia. Os desafios impostos pela crise econômica mundial de 2008 afetam a todos na região, e mesmo assim os nossos vizinhos conseguem entregar um maior crescimento. A incapacidade brasileira de crescer é mais um problema interno do que externo. A insistência num modelo já esgotado de autoconsumo está reduzindo a capacidade de crescimento da economia. Reconfigurar este modelo para um voltado aos investimentos seria fundamental para o País voltar a crescer. A ampliação dos gastos em obras de infraestrutura, em conjunto com medidas que proporcionem uma maior eficiência produtiva, como uma reforma tributária e uma melhor gestão dos gastos públicos, seriam o caminho para alcançar este objetivo.