Por Thiago Custodio Biscuola, da RC Consultores

O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2014 registrou forte queda de 0,6% na comparação com o trimestre exatamente anterior (série com ajuste sazonal). O resultado foi ainda pior do que a expectativa do mercado. Como já era esperado, a indústria foi a grande vilã, com queda de 1,5%. Surpreendendo negativamente, os serviços retraíram 0,5%. O segmento agropecuário, que vinha sendo o setor mais dinâmico, também perdeu fôlego, avançando apenas 0,2%. Em relação a igual trimestre de 2013, o PIB recuou 0,9%, fazendo com que a variação em quatro trimestres despencasse de 2,5% no primeiro trimestre para apenas 1,4%.

Devido a efeitos estáticos o resultado do primeiro trimestre, que já havia sido fraco, passou de um ligeiro avanço de 0,2% para um recuo de 0,1%. Com isso fica caracterizada a recessão técnica, que ocorre quando há retração da economia em pelo menos dois trimestres consecutivos. Fato que não ocorria deste o estouro da bolha ao final de 2008. Espera-se por uma melhora modesta da economia neste segundo semestre, que deverá se beneficiar de uma base estatística deprimida. O cenário econômico em 2014, que já se revelava adverso, se deteriorou, agravando ainda mais os desafios da Agenda 2015.