Por José Valter Martins de Almeida / Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

As exportações brasileiras somaram US$ 242,2 bi em 2013, uma queda de 0,2% frente ao ano anterior. Os itens básicos predominaram na pauta com 46,7% de participação, destaque para o minério de ferro e o complexo soja, que juntos foram responsáveis por 25,6% do total exportado pelo Brasil. Por sua vez, as vendas externas de manufaturados cresceram 2,6%, somando US$ 93,6 bi (38,4% do total). Plataformas de extração de petróleo e automóveis de passageiros corresponderam a 3,2% e 2,3% respectivamente.

A desvalorização do câmbio não foi suficiente para a indústria recuperar espaço na exportação. O crescimento de 2,6% dos itens manufaturados foi tímido e ainda assim, muito influenciado pelas exportações do setor automotivo para a Argentina. A falta de uma postura mais agressiva por parte do Brasil no comércio internacional tem trazido consequências negativas importantes ao setor industrial. Não lideramos um movimento de integração regional, ficando de fora do processo da Aliança do Pacífico, onde 92% das tarifas alfandegárias serão eliminadas. O Brasil tem ficado refém da situação da Argentina no Mercosul. O acordo com a União Europeia está emperrado. Enquanto isso, a integração EUA/União Europeia caminha, e o acordo deverá determinar o padrão de comércio mundial. Ficar fora dessa negociação implica se subordinar e aceitar as regras do jogo no futuro.

Ed.361