Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

Na última sexta-feira (09/05), o departamento de agricultura dos EUA (USDA) divulgou os primeiros dados sobre as expectativas da safra 2014/2015 das principais commodities mundiais. A soja em grão deverá ter aumento de 6% da produção na safra 14/15, em função principalmente da alta da produção americana e brasileira, de 11% e 4% respectivamente. Com isso, os estoques deverão saltar 23% no período.

As primeiras informações da safra 2014/2015 apresentam uma pressão baixista sobre os preços das commodities, com a oferta crescendo acima da demanda mundial. A China continua consumindo, porém com um crescimento mais contido. Além disso, novas políticas agrícolas que em breve deverão entrar em vigor na Europa e nos EUA, com ampliação dos subsídios aos produtores locais, deverão impactar ainda mais os preços mundiais. Estimativas iniciais apontam a possibilidade de redução nos preços do milho de pelo menos 3%; na soja, no mínimo de 2%; e, no algodão, em torno de 4%, no período entre 2014 e 2018. As commodities brasileiras foram as grandes responsáveis pelo excelente saldo positivo da balança comercial da década passada, e permanecem sendo ainda a principal fonte das exportações do país. Enfrentar este novo obstáculo deverá ser prioridade na agenda do próximo governo.