Por Thiago Custodio Biscuola, da RC Consultores

Após ligeira alta em maio, as vendas no comércio varejista, segundo o IBGE, caíram 0,7% em junho frente ao mês anterior na série livre de influências sazonais. Em relação a igual mês de 2013, houve incremento de apenas 0,8%. O varejo ampliado (incorpora as vendas do grupo veículos e motos, partes e peças e do grupo material de construção), por sua vez, declinou 3,6% frente a maio. No ano, o varejo restrito acumula alta de 4,2%, ritmo superior ao verificado no primeiro semestre de 2013 (+ 3,0%). Em 12 meses encerrados em junho, a taxa de crescimento ficou em 4,83%, desacelerando ligeiramente.

O fraco resultado do mês é explicado, em parte, pela Copa do Mundo, que reduziu o número de dias úteis e a quantidade de horas em que o varejo ficou aberto, principalmente nos dias de jogos da seleção brasileira, desestimulando as pessoas a saírem às compras. Outro fator importante é o firme resfriamento por que tem passado o mercado de trabalho nos últimos meses. A economia brasileira gerou cerca de 189 mil vagas de emprego formal no segundo trimestre deste ano, nível muito inferior ao verificado em igual período de 2012 e 2013, quando foram criadas 477 mil e 392 mil, respectivamente. A queda da confiança, crédito mais restritivo e juros elevados reduziram o ímpeto dos consumidores. O segundo semestre reserva um cenário menos favorável ao varejo. Contudo, o crescimento deste ano tende a ser similar aos 4,3% verificados em 2013.