Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Em setembro, a expansão do crédito foi mais moderada do que em agosto: a variação, embora ainda positiva em 15,8%, teve recuo em relação a agosto, quando crescia 17% sobre o ano anterior. Os números de setembro revelam consumidores mais temerosos de um endividamento que já atinge mais de metade da população aferida (em 2011, os endividados estavam na casa dos 40% e esse indicador de comprometimento relativo pulou cerca de dez pontos percentuais no espaço de um ano).

Embora haja consultorias apontando uma expansão futura do crédito entre 15 e 20% em 2013, não há ambiente para outro salto desse tamanho nos próximos meses. Os bancos estão amargando inadimplência persistente em suas carteiras convencionais. Por isso, permanecerão jogando mais na retranca e na seletividade de novos mutuários. O destaque de expansão até aqui, o crédito imobiliário, encontra-se em um momento de exaustão, pela primeira vez, após anos de expansão ininterrupta. As incorporadoras já estão revendo seus novos programas de lançamentos para não incorrerem em mais carteiras com fortes atrasos. O ritmo do crédito nos próximos meses será ditado pela prudência dos dois lados, e por isso, ficará pouco acima da linha de dois dígitos, na faixa de 10 a 12% de expansão.

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