Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

Na última sexta-feira o Bacen divulgou o resultado fiscal consolidado do setor público para o ano de 2013, registrando superávit primário de R$ 91,3 bi, o que representa 1,90% do PIB. Tal resultado ficou muito abaixo dos 3,1% do PIB estipulados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no início de 2013, assim como dos 2,3% esperado pelo Governo. Este foi o resultado mais baixo da série histórica, que teve início em 2001. O Governo Central foi responsável por 82% do esforço para geração do superávit em 2013, enquanto os governos regionais contribuíram com 18%.

No entanto, tal esforço não foi suficiente para o pagamento total dos juros da dívida brasileira, que em 2013 atingiu R$ 248,8 bi (5,2% do PIB), resultando num déficit nominal de R$ 157,5 bi, o equivalente a 3,28% do PIB de 2013. Em 2012 o déficit nominal foi de 2,48% do PIB. O atual processo de elevação das taxas de juros nos países emergentes, inclusive no Brasil, com a SELIC podendo alcançar o patamar de 11,25% no final de 2014, elevará ainda mais o já desproporcional custo da dívida brasileira. Dentre os principais países membros da OCDE, em 2012, o Brasil só ficava atrás da Itália em relação ao nível de encargos da dívida pública.

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