Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

A inflação (IPCA) de novembro registrou alta de 0,51%, acumulando em 12 meses incremento de 6,56%, novamente acima do teto da meta, a apenas um mês do fim do ano. Destaque para o retorno da inflação dos alimentos

(+0,77%), assim como da gasolina e da energia elétrica.

O combate à persistente inflação no Brasil tem se concentrado basicamente na elevação da taxa de juros pelo Banco Central (BC), que na última quarta subiu mais 0,5 p.p., levando a taxa Selic para 11,75% a.a. Tal estratégia não será suficiente para que os preços convirjam para o centro da meta de 4,5% ao longo de 2015, em função dos elevados gastos públicos, que pressionam a demanda, assim como da recente desvalorização cambial. Os itens comercializáveis, que são aqueles passíveis de importação e que, portanto, se encarecem com o dólar mais valorizado, já apresentam maior pressão sobre os preços. Em novembro de 2014, a alta acumulada em 12 meses desses itens era de 6,0% com o câmbio médio no patamar de R$/US$ 2,55. No mesmo mês de 2012, a inflação acumulada dos comercializáveis era de apenas 4,2%, influenciada pelo real mais forte (R$/US$ 2,07). Em 2015 o real se desvalorizará ainda mais (R$/US$ 2,65 projeção RC Consultores), dificultando o combate à inflação.