Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A ata divulgada pelo FED indica que na última reunião, realizada nos dias 29 e 30 de julho, vários participantes observaram que “se os objetivos do comitê ocorrerem mais depressa do que o esperado, pode tornar-se apropriado começar a remover a acomodação monetária mais cedo do que o atualmente antecipado”. Embora ainda insatisfeito com as condições no mercado de trabalho, variável determinante na definição da política monetária americana, o FED reconhece que poderá subir os juros mais cedo do que o mercado espera. No entanto, o momento considerado mais adequado para a primeira subida de juros desde dezembro de 2008 não foi discutido na reunião.

Não é só o FED que discute a possibilidade de subir os juros. O Banco da Inglaterra também vê esse cenário cada vez mais próximo. As atas da reunião, realizada no início de agosto, mostram que dois membros do banco central inglês votaram a favor de uma subida da taxa de juros em 25 pontos base, para 0,75%. A possibilidade da alta de juro estar mais próxima levou o dólar a subir diante das principais moedas. Hoje o dólar é negociado a 1,326 euro, valor mais elevado há quase um ano. No Brasil, a alta do dólar está sendo de alguma forma controlada pelo BC através dos leilões diários de swap, cujo estoque já atinge algo em torno de US$ 100 bilhões. Essa atuação é motivada pela necessidade do controle da inflação, que se mostra pressionada. A volatilidade no câmbio deve aumentar em função do cenário eleitoral no Brasil e à medida que o FED sinalize de forma mais clara a possibilidade de antecipar a subida dos juros.