Por Augusto Cattoni / José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O déficit da indústria de transformação se aprofundou no primeiro trimestre. O resultado negativo foi de US$ 16,3 bilhões no período, US$ 3 bilhões maior que o déficit dos primeiros três meses de 2012. A importação, com elevação de 3% no período, contribuiu para o resultado, mas a queda de 5% nos embarques da indústria foi mais determinante.

O nó do problema é antigo: a falta de competitividade da indústria. De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), houve queda de exportação em todos os grupos. Os de média-alta e os de média-baixa tecnologia tiveram queda que alcançou US$ 16,4 bilhões no primeiro trimestre. Os dois grupos incluem setores como máquinas e equipamentos, veículos, produtos químicos, borracha e produtos plásticos. A dificuldade de reação da indústria na exportação está muito relacionada aos custos sistêmicos do país. O único momento em que as exportações industriais brasileiras foram competitivas foi quando a moeda nacional estava extremamente desvalorizada há várias décadas, mas isso não constituiu um mérito da indústria.

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