Por Thiago Custodio Biscuola, da RC Consultores

O governo deu o aval para a Petrobras reajustar os combustíveis ainda este ano. O percentual e a data de reajuste ainda não foram definidos pelo conselho administrativo da estatal, composto na maioria por conselheiros vindos da União. Tal reajuste viria num momento em que há, pela primeira vez desde 2011, convergência entre os preços de realização externo e interno dos combustíveis. A defasagem estimada para a gasolina declinou em outubro para apenas R$ 0,01 / litro. O diesel, por sua vez, manteve uma defasagem média de 2,5% em relação ao preço internacional.

Como os preços não são reajustados imediatamente conforme as oscilações do mercado internacional, a Petrobras incorreu em severas perdas na conta de abastecimento nos últimos quatros anos. O reajuste viria para recompor parcialmente este prejuízo. No entanto, ao mesmo tempo em que o governo concede o aval para o reajuste, também estuda o retorno da CIDE. As contas do Tesouro amargaram um péssimo resultado em setembro, fazendo com que a meta de superávit primário para o ano de 2014 se tornasse inviável. A volta deste tributo viria em linha com o esforço de aumentar a arrecadação, que este ano tem crescido na faixa de 6%, a mesma do PIB nominal anêmico. Ainda não sabemos a dimensão do reajuste, mas ele pode trazer um alívio tanto para a Petrobras quanto para o Tesouro.