Por Thiago Custodio Biscuola, da RC Consultores

O IPCA de dezembro avançou 0,92%, segundo dados divulgados pelo IBGE. O resultado é a maior alta mensal desde abril de 2003. Com o resultado a inflação em 2013 ficou em 5,91%, acima do observado no ano anterior (+ 5,84%). Desde 2009, ano da crise financeira global, a variação do índice se sustenta acima do centro da meta, que é de 4,5%. Neste ano destacou-se a elevada inflação dos preços livres (+ 7,30%), enquanto os monitorados, apesar da forte alta em dezembro, registraram elevação de apenas 1,52%.

Questões estruturais continuam dificultando o arrefecimento da pressão sobre os preços. O mercado de trabalho ainda aquecido contribuiu para que a inflação de serviços alcançasse 8,74% no ano passado. Dentre os itens livres, alimentos e bebidas, apesar da queda ao longo do segundo semestre, continuaram pressionando o índice, encerrando o ano com alta de 8,48%. Demais bens, principalmente os importados, tiveram um impulso extra com a desvalorização do Real no segundo semestre. Os preços monitorados, por sua vez, tiveram papel preponderante para que a inflação não atingisse o teto da meta, principalmente influenciados pela revogação do aumento das tarifas de ônibus e o represamento do preço dos combustíveis até o final do ano. Para 2014, a perspectiva de um afrouxamento da política fiscal com advento das eleições, um Real mais fraco e a necessidade de diminuir a contenção dos preços monitorados fará com que a inflação, novamente, permaneça com ameaça de romper o teto da meta.

Ed.343