Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A inflação medida pelo IPCA fechou 2012 em 5,84%. Apesar de estar dentro do limite de tolerância, até 6,5%, ficou acima da meta estipulada pelo governo, de 4,5%, pelo terceiro ano consecutivo. O item de maior impacto foi o emprego doméstico, com aumento de 12,7%, em função de um mercado de trabalho aquecido, seguido pela pressão dos alimentos, que passaram por um choque de oferta ao longo de 2012.

A inflação deve permanecer em níveis elevados neste início de 2013. Além dos reajustes naturais do calendário gregoriano, como o das mensalidades escolares, haverá os reajustes de transportes urbanos e de cigarros. A inflação dos serviços, que reflete a escassez de mão de obra, também não deve colaborar para diminuir a pressão sobre os preços. A dificuldade hídrica está resultando em um custo maior para a energia, que deve se refletir em um número menor do que os 20% de redução anunciados pela presidente Dilma em setembro do ano passado. O que pode abrir espaço para o necessário reajuste de combustíveis são os preços agrícolas. Estudos indicam que a safra agrícola será muito boa. Os preços dos grãos no mercado internacional refletem isso. Entre pressões altistas e baixistas, acreditamos que o IPCA deve fechar 2013 entre 5,2% e 5,5%.

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