Por Flávio Calife

Apesar de apontar piora nas expectativas dos agentes econômicos para 2016, há o que comemorar no Relatório Focus de hoje divulgado pelo Banco Central. Os agentes econômicos começam a vislumbrar possibilidades reais de melhora para 2017.

Enquanto as expectativas para o crescimento do PIB continuam a piorar para 2016 (previsão de queda de 3,89%), as expectativas para a atividade em 2017 foram ajustadas para cima pela segunda semana consecutiva. Após dois anos seguidos de rompimento do teto da meta de 6,5% (2015 e provavelmente 2016), as expectativas para a inflação em 2017 já estão em 5,72%.

Com a fraca atividade e a inflação em queda, os juros básicos que subiram rapidamente em 2015 e se mantiveram em patamar elevado por um longo período, finalmente devem começar a ceder. Para 2016 espera-se queda de 1 p.p., atingindo 13,25%, mas para 2017, espera-se juro abaixo dos 12%.

Melhoraram também para 2017 as expectativas para o resultado primário, ponto crucial para o ajuste da economia no médio prazo. Apesar dos analistas ainda preverem déficits para os próximos anos, o tamanho do rombo está recuando com as mudanças esperadas na política econômica de um possível novo governo. Confirmando-se essas expectativas, as portas estarão abertas para a melhora da confiança dos agentes econômicos.