Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta semana, a taxa de desocupação nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil caiu de 5,6% em julho de 2013 para 5,3% em agosto, mesmo patamar verificado no em agosto 2012. Tal indicador se beneficiou da elevação de 0,4% do pessoal ocupado no referido mês frente a um avanço de apenas 0,03% da população economicamente ativa. Os dados publicados pelo Ministério do Trabalho apontaram para uma geração líquida de 127,6 mil vagas de trabalho em agosto de 2013, favorecido principalmente pelo setor de Comércio e Serviços, que contribuiu com a criação líquida de 114,4 mil vagas.

No entanto, quando se observa a evolução destes indicadores ao longo de 2013 é verificada uma forte perda de fôlego. O crescimento em 12 meses do pessoal ocupado que registrava taxas superiores a 2,2% em Jan13 já registra na ponta apenas 1,75%, e deve fechar o ano com incremento de apenas 1,2%, pior desempenho desde 2009 (ano pós-crise financeira mundial). Já o saldo entre admissões e demissões para postos de trabalho com carteira assinada registra a criação de 826,7 mil vagas entre janeiro e agosto deste ano, bem distante da antiga meta do MTE que era de 1,7 milhões de vagas para 2013. O rendimento real também perde força, a massa salarial real que cresceu em média 5,6% a.a. entre 2004-2012 deve crescer abaixo dos 3% este ano. Tal perda de dinamismo já tem se refletido diretamente na evolução do volume de vendas no varejo, que avançou a ritmo chinês nos últimos anos e em 2013 deve registrar incremento de apenas 3,6% (pior resultado desde 2003). A perda de fôlego do mercado de trabalho e o retorno do crescimento do varejo à realidade brasileira são o sinal mais claro do esgotamento do “modelo” de autoconsumo adotado pelo Brasil.

Ed.280