Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Nesta quinta-feira as bolsas mundiais recuaram com força, desapontando quem apostava que as máximas atingidas nos últimos dias seriam persistentes, em linha com a crescente convicção de um ano 2013 marcado por recuperação econômica. A Ata do FED, Banco Central dos EUA, divulgada ontem, mas referente à reunião de janeiro, mostrou divisão de opinião entre os membros do Comitê de Mercado Aberto que decide por quanto mais tempo o FED continuará injetando US$85 bilhões na economia todos os meses.  A mera divulgação da dúvida sobre se esta política poderá persistir "indefinidamente" fez os mercados recuarem bruscamente.

A reação das bolsas, acompanhada do recuo da cotação do ouro e outras commodities,  revela aspectos importantes do cenário 2013 , bons de relembrar. Primeiro, como é frágil uma retomada mundial baseada em injeções maciças de dinheiro na economia, pelo FED e demais bancos centrais. Segundo, que mesmo o FED não sabe quanto desse remédio de hiper-liquidez  é uma dose razoável; a desconfiança é de que estariam passando da conta. Terceiro, a volatilidade deve permanecer alta, pois os mercados continuam muito líquidos e com poucas alternativas onde aplicar, alternando o humor entre a euforia de uma crise superada e o medo de prejuízos catastróficos se o FED desistir de ser o provedor de uma liquidez inusitada e ilimitada.

Ed.128