Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Departamento Estatístico alemão divulgou hoje dados sobre a balança comercial do país. As importações recuaram 3,1% em outubro em relação a setembro, enquanto as exportações caíram 0,5% no mesmo período. A balança comercial registrou um excedente de 20,6 bilhões de euros. Em setembro as exportações haviam crescido 5,5%. Esse resultado veio abaixo do esperado pelos analistas. Hoje também o Instituto Nacional de Estatística britânico informou que a indústria transformadora do Reino Unido recuou 0,7% em outubro em relação ao mês anterior. É a primeira queda desde maio, aumentando os riscos em torno da recuperação econômica.

As principais bolsas globais e no Brasil dão hoje continuidade às perdas registradas na sessão de ontem. A pressão vendedora está associada às notícias que dão conta da fragilidade da economia mundial. Ontem foi divulgado que a queda das importações chinesas foi de 6,7% em novembro e as exportações foram menores que o previsto. Do Japão veio a informação que a economia nipônica recuou 1,9% em termos anuais entre julho e setembro, registrando uma recessão mais aguda. Na Europa, a Alemanha anunciou uma produção industrial menor que a esperada. A queda de preços não atinge somente o mercado bursátil, os de commodities também são afetados. O preço do minério de ferro continua em queda, além do petróleo e das commodities agrícolas. Não é só da Europa que vem o sinal amarelo. O risco de uma bolha ter se formado não deve ser descartado. As subidas das principais bolsas do mundo nos últimos anos, impossível de justificar com base no inexistente dinamismo no campo produtivo real, é um indicador importante. A conjuntura externa vai agravar-se. Gradualmente, as bolsas da Europa parecem seguir na direção de realização de lucros. E até nos EUA se começa a vislumbrar alguma fragilidade no mercado de ações, ainda que sua economia dê sinais de reação. É certo o aumento dos riscos no mercado global.