Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

 

Os países do Mercosul finalizaram a proposta do bloco para um acordo de livre comércio com a União Europeia. A oferta prevê a redução de tarifas de importação cobradas pelos países do Mercosul a 87% do comércio com os europeus nos próximos anos. Ao contrário do que ocorria até o mês passado, quando a proposta única esbarrava na relutância argentina em abrir mais rapidamente seu mercado, os parceiros do Mercosul contornaram suas divergências. A Venezuela não participa das negociações com a UE. A expectativa do governo brasileiro é que essa oferta possa ser apresentada aos europeus até junho.

Uma boa notícia no momento em que a falta de uma postura mais agressiva do Brasil no comércio internacional tem trazido consequências negativas importantes para o setor industrial. O mundo procura parcerias específicas, de âmbito mais restrito, como a Parceria Transpacífico, que os EUA lideram, procurando envolver comercialmente os aliados em torno daquele oceano, como Japão, Austrália, Coreia do Sul e alguns dos nossos vizinhos, como Peru, Colômbia e Chile, e a aliança de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos, reunindo Europa e EUA. O Brasil estava se isolando, ficando refém da situação da Argentina no Mercosul. A negociação desse acordo birregional se arrasta há 14 anos e ainda deve demorar para ser finalizado, uma vez que a EU coloca ênfase na negociação de acordo de Comércio e Investimento com os EUA.

Ed.395