Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A agência de classificação de risco americana Moody’s admite mudar o rating dos EUA, ao afirmar que considera improvável que a perspectiva negativa sobre a nota AAA seja mantida, e alertar que a direção da nota vai depender das negociações orçamentárias no Congresso americano.

Tudo indica que um acúmulo perverso da dívida pública americana terá continuidade. Déficits fiscais persistentes e insistentemente grandes levam a um financiamento adicional por dívida do Tesouro, ou pior ainda, em um financiamento inflacionário direto, por meio de impressão de dinheiro, ou ambos. Por outro lado, um PIB com crescimento lento, como vem ocorrendo, deflaciona a trajetória do crescimento do custo salarial, que poderia, por sua vez, ajudar a aumentar as bases tributárias de consumo e renda. O status de AAA, que reflete uma situação livre de riscos ou com risco remoto para a dívida soberana dos EUA, já foi perdido nos primeiros anos da última década, quando um gasto público esbanjador associado a uma indevida flexibilização das condições monetárias pelo FED começou a estruturar o atual desequilíbrio macroeconômico.  A agência americana S&P e a brasileira SR Rating classificam a dívida americana como AA.

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