Por Yan Cattani

O cenário de solvência das empresas tem se tornado cada dia mais complexo e preocupante. Dados de abrangência nacional da Boa Vista SCPC mostram que os pedidos de falência já atingiram elevação de 31,6% no 1º trimestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, ou no caso isolado de março, 25,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. E a perspectiva, infelizmente, é que esses dados continuem a subir, dado o crescimento da inadimplência.

De acordo com dados divulgados hoje pela Boa Vista SCPC, a inadimplência das empresas também está aumentando. O indicador acumulado em 4 trimestres tornou a se acelerar, 0,4 p.p. com relação ao trimestre anterior, quando registrou elevação de 8,8% mantida a base de comparação. Já com relação ao mesmo trimestre de 2015 foi observada alta de 9,2%. De toda forma, desde o segundo trimestre do ano passado, a inadimplência das empresas permanece em patamares superiores a 8%, valor consideravelmente elevado quando comparados aos últimos 3 anos.

O indicador é um somatório dos principais mecanismos de apontamento de inadimplência empresarial, isto é, cheques devolvidos, títulos protestados e registros realizados na base da Boa Vista SCPC. Vale ressaltar que a elevação da inadimplência não implica, necessariamente, em um aumento das falências, mas como o nível atual de inadimplência empresarial permanece já há algum tempo elevado, a probabilidade de um default aumenta de forma significativa.

Os indicadores de inadimplência e solvência descrevem bem a atual situação econômica das empresas, que se encontram nas “trincheiras” da recessão. Resta saber se haverá uma nova ofensiva por parte do Governo – à esta altura, o único capaz de promover alguma mudança de expectativas para melhorar a confiança dos agentes econômicos –, ou se as empresas permanecerão como estão, apáticas e defensivas, à espera de uma nova batalha.