Por  Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Com a declaração de Ben Bernanke, presidente do FED, de que manterá por um "futuro previsível" a política de compras mensais de $85bilhões em títulos, assim suprindo a economia mundial com intensa liquidez, os mercados mundo afora relaxaram e os juros de papéis mais longos voltaram a cair nos EUA. Como reflexo disso, o câmbio no Brasil perdeu parte do estresse e o dólar cedeu, embora com muitas dúvidas quanto ao mix de políticas fiscal e monetária e ao manejo dos protestos de rua.

Bernanke, de boca, gerou alívio em relação à alta imediata de juros, sincronizando melhor a política do FED com o discurso de manutenção de afrouxamento na Europa (Mário Draghi, presidente do BCE prometeu isso) e a continuidade da política de emissões pelo Banco do Japão (conhecida como Abenomics). Tal afrouxamento em nível mundial pode ser lido como verdadeiro QE4, só que, desta vez, não apenas americano. Efeitos imediatos: modera a queda dos preços de commodities, segura a baixa nas bolsas e previne que a recessão europeia e a desaceleração chinesa se alastrem, riscos maiores da conjuntura atual. Aqui, a notícia facilita segurar o câmbio em uma faixa de flutuação mais próxima a 2,20 R$/U$.

Ed.225