Os pedidos de falência registrados pela Boa Vista SCPC no primeiro semestre deste ano superam em 9,6% os pedidos do mesmo período do ano passado. Na mesma linha os pedidos de recuperação judicial também aumentaram no acumulado do ano, em 17,2%. No mesmo período do ano passado os pedidos de falência estavam recuando cerca de 6%.

Até o mês de maio, os números acumulados ainda apresentavam certa estabilidade em relação a 2014, mas os dados de junho fortaleceram a expectativa de crescimento da insolvência das empresas em 2015, como já havíamos apontado em relatórios anteriores.

A fraca atividade econômica vem reduzindo a capacidade de geração de caixa das empresas. A combinação de aumento nas taxas de juros com a maior restrição ao crédito por parte dos concedentes limitaram e encareceram o capital de giro disponível, piorando a capacidade de pagamento e os indicadores de solvência das empresas.

A distribuição por setor da economia mostra que o comércio parece estar sofrendo mais do que os outros setores os efeitos da redução do ritmo das vendas. O ano de 2014 fechou com 41% dos pedidos de falência para o setor de serviços, 36% para a indústria e 23% para o comércio. No primeiro semestre de 2015, os pedidos para a indústria e serviços diminuíram, 40% e 34% respectivamente, e subiram para o comércio, 26%.

Sem sinal de melhora no cenário macroeconômico no curto prazo, a Boa Vista SCPC espera que os indicadores de falências encerrem o ano em patamares superiores aos de 2014. A última elevação anual apurada ocorreu em 2012, quando os pedidos cresceram 13,8%, a maior elevação da série iniciada após a Lei das Falências de 2005. Os resultados até o momento indicam que este ano os números podem ser ainda maiores.