Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O preço do Petróleo WTI chegou hoje a seu menor nível em 17 meses. Foi negociado em Nova York a US$ 89,49 por barril. O barril de Brent, referência para o consumo europeu, também abriu em queda de 1,53%, sendo negociado a US$ 92,72, preço mais baixo desde junho de 2012. Os preços do petróleo estão pressionados pelo desaquecimento econômico na zona do euro e a elevada produção nos EUA.

Dois fatores contribuem para a queda dos preços do petróleo, mesmo com os combates na Síria, no Iraque e na Líbia e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O primeiro é reflexo não só da desaceleração do crescimento mundial, mas, principalmente, da mudança da política monetária americana, que atinge indistintamente todas as commodities. O outro é a revolução que o xisto nos EUA está provocando nos mercados de energia no mundo. A Energy Information Administration - EIA - estima que a produção de petróleo nos EUA vai subir 14% este ano, para 8,5 milhões de barris por dia e atingir 9,5 milhões no próximo ano, nível mais elevado desde 1970. Pela tendência atual, os EUA poderão alcançar a Arábia Saudita e a Rússia em produção unicamente de petróleo até o final da década. Se considerarmos a produção de petróleo e subprodutos, como etano e propano, a produção americana foi equivalente à da Arábia Saudita em junho e agosto, em cerca de 11,5 milhões de barris/dia. Se esse boom de produção americana continuar no mesmo ritmo, o país deverá ultrapassar a Arábia Saudita no próximo mês, pela primeira vez desde 1991.