Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

A fala da presidente Dilma, comentando o resultado das urnas, resume com clareza o recado dos eleitores: é preciso acelerar mudanças. A presidente disse ao público presente “haver entendido a mensagem dos eleitores”. O reduto eleitoral da situação, localizado principalmente nas regiões Nordeste e Norte, não foi suficiente para compensar o forte oposicionismo que emergiu das urnas nas regiões Sul e Sudeste do País. O candidato Aécio, emergindo de uma notável recuperação, também capturou o mesmo mote popular e o resumiu em duas palavras: decência e eficiência. Como exímio político que é, Aécio cunhou duas palavras que rimam entre si, a primeira para resgatar o polo da ética na política e nos negócios de Estado, e a segunda como lembrança da grande urgência nacional por resgate do “fazer as coisas direito e bem”, portanto, mais eficiência.

De modo geral, pelo país afora, os eleitorados correram atrás de possíveis melhorias na decência e eficiência. Houve certa surpresa pelo resultado de Minas, por exemplo, com a vitória eleitoral de Fernando Pimentel. Mais uma vez, não há surpresa: o nome de Pimentel invoca o que há de mais moderno, decente e eficiente, como oferta de político na prateleira do PT. Haja vista que o mesmo eleitorado mineiro não deixou de eleger e consagrar outro jovem e grande político, de linha adversária a Pimentel: o agora senador Antonio Anastasia. Outro exemplo significativo de busca da eficiência no governo é o retorno, em 1º turno, do governador Paulo Hartung no Espírito Santo, considerado um exemplo de grande gestor público. Já em Mato Grosso, a vitória de Pedro Taques, senador e com um currículo de homem da lei, também é sintoma de resgate de um nome decente num grande estado, mas com especiais dificuldades de lidar com o cumprimento das leis. Nem todos os sinais são bastante claros. Mas ao pesquisarmos a lista de resultados decepcionantes, também aprendemos onde os eleitores mandaram idênticos recados aos políticos.