Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

Ao término do encontro anual do Comitê do FMI, integrado por 24 representantes dos 188 países-membros do organismo, não houve qualquer proposta concreta para enfrentar a atual crise econômica mundial. Em comunicado divulgado depois da reunião, o FMI afirmou que os países ricos devem, com suas políticas fiscais, equilibrar a doutrina da austeridade favorecendo o crescimento econômico. Até aí, nada de novo.  Christine Lagarde, Diretora-gerente do FMI, afirmou que é necessário que as economias avançadas realizem um ajuste fiscal, a médio prazo, crível com o ritmo e tipo de medidas adaptados a cada país. Afirmou ainda que uma política monetária flexível e reformas estruturais devem acompanhar o ajuste fiscal. Não inovou.

Os fracos desempenhos da economia americana e europeia, a desaceleração do crescimento da China, Índia e Brasil e a crise das dívidas soberanas e bancárias dos diversos países europeus, mostram que a crise mundial está longe de estar equacionada. Maior motivo de preocupação é o próprio FMI não conseguir desempenhar eficientemente seu papel de promover a cooperação monetária internacional, fornecendo mecanismos reais de superação dos problemas financeiros. Talvez esteja na hora de a instituição se reinventar.

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