Por Thiago Custódio Biscuola / Marcel Caparoz da RC Consultores

Os reservatórios das usinas hidrelétricas de praticamente todo o país permanecem muito abaixo das suas capacidades, exceção apenas para a região Norte do país, que tem registrado chuvas acima do esperado. A pior situação está na região Sudeste / Centro-Oeste, que apresentam apenas 38% da sua capacidade total no final de Abril de 2014. Em 2013 a capacidade estava em 63%, enquanto em 2012 alcançava 76%. A atual situação é ainda mais preocupante quando a comparamos a igual mês de 2001, ano de racionamento de energia elétrica, quando a capacidade dos reservatórios se situava em apenas 32%.

Tendo em vista o esvaziamento dos principais reservatórios do Centro-Sul brasileiro, técnicos do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, já defendem uma redução da carga de energia entre 4% e 6%. Esta afirmação aparenta ser um eufemismo para um risco iminente de racionamento de energia no segundo semestre deste ano. O acionamento das térmicas proporcionará um racionamento menos intenso do que em 2001. Este deverá ser mais um banho de água fria no já combalido desempenho industrial brasileiro, cuja dinâmica não tem exercido pressão sobre o consumo. Por outro lado, a politica de redução da tarifa de energia estimulou a demanda residencial. Se faz urgente uma campanha nacional de economia de energia, principalmente para as famílias. Cabe saber se o governo atual vai querer lidar com mais este ônus político às vésperas das eleições.

Ed.406