A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) resolveu não rebaixar a nota de risco de crédito do Brasil, conservando o país no patamar de ‘grau de investimento’. A notícia não chega a ser grande novidade, já que boa parte dos analistas não esperava realmente que a agência rebaixasse novamente a nota do Brasil, como fez há exatamente um ano. Mas de qualquer forma a divulgação da nota chega como um alívio.

A S&P acredita que a correção das políticas econômicas proposta pelo governo será mantida e executada. Segundo os analistas da agência, os ajustes vão continuar tendo o apoio do Executivo, que deve conquistar o apoio do Congresso. A agência internacional parece estar mais confiante do que os agentes econômicos nacionais, que reduziram suas expectativas de superávit primário de 1,0% para 0,8% nas últimas semanas, principalmente pelas difíceis negociações que estão por vir. Mas a agência não parece estar preocupada com o atingimento da meta de 1,2% proposta pelo ministro da Fazenda, conforme um analista da agência declarou. A preocupação parece estar muito mais na sinalização de que a economia caminha para um ajuste do que especificamente com os futuros resultados.

S&P foi também mais otimista com a Petrobras. Não rebaixou sua nota, mas a colocou em perspectiva ‘negativa’. Em fevereiro, a Moody’s, outra agência de classificação, derrubou o grau de investimento da empresa, tornando-a grau especulativo, com alta possibilidade de calote. A S&P afirma que pode revisar a nota se o balanço não for divulgado no prazo, mas por enquanto os desinvestimentos e os financiamentos esperados de bancos públicos e privados trazem um cenário mais alentado para a empresa.

Diferente da maior parte do mercado, a S&P tem acreditado muito mais na recuperação do país e de sua principal empresa. Um rebaixamento do rating soberano para ‘grau especulativo’ agravaria ainda mais a atual situação econômica do país, não só pela perda de divisas, como também pela piora dos índices de confiança dos agentes econômicos. Que esse voto de confiança não seja desperdiçado.