Os pedidos de falência acumularam alta de 9,2% no 1º semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Em junho de 2015, o número de pedidos de falências aumentou 31,3% na comparação mensal (jun/15 contra mai/15) e foi 81,7% maior na análise interanual (jun/15 contra jun/14).

No 1º semestre de 2015, as falências decretadas subiram 31,9% em relação ao ano anterior. Na comparação interanual (jun/15 contra jun/14) aumentaram 94,8% e subiram 16,5% ante o mês anterior (jun/15 contra mai/15).

Os pedidos de recuperação judicial e as recuperações judiciais deferidas também aumentaram no acumulado do ano, 17,2% e 12,5%, respectivamente.  A tabela 1 resume os dados.

tabela1

A fraca atividade econômica reduz a capacidade de geração de caixa das empresas, e o aumento nas taxas de juros e na restrição ao crédito encarecem o capital de giro, piorando os indicadores de solvência das empresas. Sem sinal de melhora no cenário macroeconômico no curto prazo, a Boa Vista SCPC espera que os indicadores de falências encerrem o ano em patamares superiores aos de 2014.

Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte

A tabela 2 mostra como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte de empresa no 1º semestre de 2015, a partir dos critérios de porte de empresa adotados pelo BNDES[1].

As pequenas empresas, por exemplo, representam cerca de 85% dos pedidos de falências e 91% das falências decretadas. Tanto nos pedidos de recuperação judicial quanto nas recuperações judiciais deferidas, as pequenas empresas também correspondem ao maior percentual, 87% em ambos os casos.

tabela2

Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor

Na divisão por setor da economia, o setor de serviços foi o que representou mais casos nos pedidos de falência (40%), seguido do setor industrial (34%) e do comércio (26%). Observa-se que o setor de serviços ganhou representatividade nos pedidos de recuperação judicial, pois o comércio passou a concentrar apenas 31% dos casos, frente aos 40% dos pedidos acumulados até no último trimestre. Para os demais dados, segue o resumo apresentado na tabela 3 abaixo:

tabela3

Metodologia

O indicador de falências é construído com base na apuração dos dados mensais de falências (requeridas e decretadas) registradas na base de dados da Boa Vista SCPC, oriundas dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.

A série histórica deste indicador se inicia em 2006 e está disponível em:

http://www.boavistaservicos.com.br/economia/falencias-e-recuperacoes-judiciais/


[1] A CIRCULAR Nº 11/2010 do BNDES de 05 de março de 2010 classifica as categorias de porte das empresas de acordo com a receita operacional bruta anualizada. Microempresa – menor ou igual a R$ 2,4 milhões; Pequena empresa – maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões; Média empresa – maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões; Média-grande empresa – maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões; Grande empresa – maior que R$ 300 milhões.