Roseli Garcia, diretora de Rede da Boa Vista SCPC

Pequenas e médias empresas brasileiras, diante da atual conjuntura econômica do País, estão ganhando importância e avançando de forma significativa em mercados antes reservados aos grandes negócios. No entanto, além de menor poder de capital em relação às maiores, elas carecem muitas vezes de visão de longo prazo, planejamento e assertividade, muitas vezes trabalhando na margem da sorte.

Como é praticamente impossível esquivar-se dos desafios futuros, avançar para sobreviver nesta competição acirrada deixou de ser mero detalhe e tornou-se uma questão vital. Mediante esse cenário, investir na melhoria do capital humano deixou de ser um mero diferencial para ser uma ferramenta indispensável para o sucesso. E é aí que muitas empresas – inclusive e principalmente as pequenas e médias – estão recorrendo a um procedimento que impacta diretamente em seus resultados: o coaching corporativo.

Desconhecido por muitos empresários, o termo coach vem do inglês “treinador” (de time esportivo). Assim como a figura do técnico de futebol - que todos nós conhecemos - o coach fornece orientações para a equipe, traça objetivos e metas, estratégias, visão de curto, médio e longo prazo, mas “não pode entrar em campo”. Isso significa que, assim em um time de futebol, a figura do coach sugere autogestão, trabalho intensivo em grupo com valorização dos talentos individuais, sem a centralização da figura do “chefe”, e sim um “líder”. Isso significa que o coach, em vez de simplesmente delegar ordens, passa diretrizes para que sua equipe, de forma participativa, persiga os resultados.

As pesquisas de mercado são enfáticas: mais do que crises econômico-financeiras, ações da concorrência e afins, a alta taxa de mortalidade das pequenas e médias empresas – que chega a 80% em até cinco anos de funcionamento – está diretamente atrelada à má gestão. E, quando falamos de “má gestão”, isso não é exatamente sinônimo de incompetência administrativa, mas também de excesso de centralização. E é justamente essa dinâmica que o coach vem desconstruir.

Na vasta maioria dos casos, os empresários de pequenos e médios empreendimentos atuam mais na lógica do “vivo para trabalhar” do que “trabalho pra viver”, argumentando estrutura enxuta e excesso de processos. No entanto, a empresa ideal é aquela que funciona bem sem o dono. Isso mesmo, sem o dono! Com uma equipe bem treinada, bem coordenada, orientada à autogestão e com foco em resultados, é perfeitamente possível deixar o treinador no “banco de reservas”, ficando ao seu encargo somente monitorar o time e eventualmente convocar um dos membros da equipe para sugerir aperfeiçoamentos nos processos.

Pense em como adotar uma postura de coaching pode otimizar os processos do dia a dia da sua empresa, fazendo você e sua equipe ganhar tempo, atenuar processos aparentemente burocráticos e, consequentemente, aumentar sua margem de lucro. Há várias escolas e cursos sobre o tema, e você pode aprender mais sobre isso até mesmo pesquisando na internet.

Na pequena e média empresa, não existe aspecto que não possa ser melhorado. Reveja os seus e os resultados não demorarão a aparecer!