A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou hoje as Sondagens do Comércio e do Consumidor relativos ao mês de abril, já influenciados pelas medidas restritivas e de isolamento social da Covid-19.

Os indicadores apresentam o maior recuo mensal desde o início da série histórica. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) foi influenciado pela situação atual, enquanto o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou principalmente por conta das expectativas futuras.

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 30,5% em relação a março, para 61,2 pontos, sendo o maior recuo desde o início da série histórica na série livre de influências sazonais. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 35,1% no mês, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 23,6% na mesma base de comparação. Em relação a abril do ano passado, o ICOM, o ISA e o IE registraram recuos de 33,6%, 26,2% e 33%, respectivamente.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 58,2 pontos em abril, alcançando o menor nível desde o início da série histórica e recuando 27,4% contra março, na série livre de influências sazonais. O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 13,8%, enquanto o de Expectativas (IE) contraiu 34,4% nesta base de comparação. Em relação ao mesmo período do ano passado (comparação interanual), o ICC, o ISA e o IE registraram recuos de 33,1%, 14,7% e 41,3%, respectivamente.

A confiança do consumidor engata o quarto mês de piora em 2020, bastante intensificada neste mês devido a atual pandemia do coronavírus e suas medidas restritivas de isolamento social. O cenário de incertezas sobre o futuro, as oscilações no mercado de petróleo, as variações na bolsa de valores, o avanço da Covid-19 e questões políticas são elementos fundamentais para o futuro da economia, os consumidores enxergam piores cenários impulsionados pelo aumento do desemprego, puxando a confiança para baixo principalmente devido as expectativas futuras.

Assim como a confiança do consumidor, a confiança do comércio registrou intenso recuo em abril, este foi puxado principalmente pela situação atual, indicando a queda acentuada das vendas neste mês, em março a queda da confiança ocorreu estritamente devido as expectativas futuras. A preocupação dos empresários para os próximos meses e a cautela por parte dos consumidores contribuem para um futuro cenário de recuperação ainda incerto, mesmo com o avanço do afrouxamento das medidas restritivas e de isolamento social.