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• O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,86% no mês de outubro. No acumulado em 12 meses houve evolução para 3,92%, 0,78 p.p. acima da variação observada em setembro. Com esse resultado, o indicador acumulou alta de 2,22% no ano.

• O grupo Alimentação e bebidas (1,93%) tem sido o principal catalizador da inflação. A variação do segmento impulsionou o nível de preço para cima em 0,40% no mês, 1,01% nos últimos 3 meses e 1,80% no ano. Resultado do aumento dos preços observado em alimentos para consumo no domicílio (2,57%), como o arroz (13,4%) e o óleo de soja (17,4%).

• Os grupos Transportes e Artigos de Residência também tiveram destaque, apresentando avanço de 1,2% e 1,5% no período, respectivamente.

• O aumento dos preços no grupo Transportes deveu-se, principalmente, a evolução de 39,8% nas passagens aéreas. Enquanto em Artigos de Residência foi influenciado pela alta de 2,4% em eletrodomésticos e equipamentos.

•  Por outro lado, o único grupo que apresentou queda no mês foi o de Educação, apresentando recuo de 0,04% em outubro.

•  Nas principais regiões metropolitanas, a maior alta no mês foi registrada em Belém (1,18%), seguida por Belo Horizonte (1,08%) e Curitiba (1,02%). Por outro lado, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre apontaram as menores elevações no mesmo período, de 0,45%, 0,59% e 0,63%, respectivamente.

Perspectivas:

• No mês de outubro, o indicador reforça pelo quinto mês consecutivo um resultado positivo da inflação, após em maio sofrer com a menor variação mensal para o IPCA desde agosto de 1998, contribuindo novamente para acelerar a inflação na análise em 12 meses. Segundo o relatório Focus, a projeção para o IPCA para 2020 está em 3,02%.

• Com mais esta nova alta, o IPCA já se aproxima da meta de 4,0% estabelecida pelo banco central para a inflação em 2020. Resultado que vem crescendo em ritmo acelerado ao longo dos últimos meses.

• A evolução da inflação ainda está condicionada a recuperação da economia ao longo do resto do ano e de fatores externos que acontecem no cenário mundial. Importante acompanhar as consequências do fim do auxílio emergencial e seus impactos no poder de consumo e dinamismo da economia, com data prevista de finalização para o final de 2020.

 

 

 

Nota:

Os dados aqui apresentados fazem referência ao mercado em geral e não possuem qualquer ligação com os dados operacionais da Boa Vista S.A. As opiniões aqui expressas são independentes e de autoria da área de Indicadores e Estudos Econômicos da empresa, que não tem acesso às informações operacionais da Boa Vista S.A.