De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), a taxa de desemprego aumentou para 12,6% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2018. O resultado ficou 0,4 p.p acima do registrado no trimestre encerrado em jan/18 e 0,6 p.p. acima do resultado entre set/17 e nov/18.

Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 13,1 milhões em fevereiro (aumento de 3,4% ante janeiro e queda de 3,1% na comparação interanual).

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O movimento de alta da taxa de desemprego para fevereiro é atribuído ao movimento de desmobilização de pessoal contratado de forma temporária no final de 2017 e início de 2018, dado o impacto sazonal desse período.

A população ocupada (PO) caiu 0,7% na comparação com jan/18, com queda em todas as modalidades de emprego; apesar disso, avançou novamente na comparação interanual (2,0%). Entretanto, este avanço deu-se às custas de precarização da estrutura do mercado de trabalho nacional, uma vez que houve aumento do emprego informal (“sem carteira” e por “conta própria”) e redução da modalidade “com carteira assinada”. Na evolução mensal da média móvel trimestral destaca-se a diminuição das ocupações nos setores de construção (-2,0%), industrial (-1,2%) e de administração pública (-1,0%). Estes setores são também os que concentram maior parte da população empregada, tendo, portanto, importante impacto sobre o resultado da taxa de desemprego total.

A População Economicamente Ativa (PEA) apresentou leve declínio no trimestre dez/17 a fev/18 em comparação com o trimestre nov/17 a jan/18 e ampliou-se em 1,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O rendimento habitual real do trimestre atual ficou estável em relação a jan/18. No acumulado em 12 meses, o indicador reduziu 2,2% em fevereiro/2018 em comparação com o acumulado do mesmo mês no ano anterior.

 

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A expectativa para 2018 é de redução da taxa de desemprego, porém em ritmo lento e com maior participação de postos de trabalho informais. A ainda embrionária retomada da economia brasileira e a baixa taxa de inflação esperada para 2018 devem também contribuir para leve elevação da média dos rendimentos reais.