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De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego avançou para 14,4% no trimestre móvel encerrado em agosto. Estando 0,6 p.p. acima do registrado no mês anterior e 2,6 p.p. maior em relação ao mesmo período do ano passado (11,8%).

Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 13,8 milhões, sendo 5,1% maior do que o registrado em julho.

A população ocupada (PO), por sua vez, recuou 0,4% no mês e 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Destacou-se, em agosto, o recuo em 6 das 7 posições analisadas quando comparado ao mesmo período do ano passado. Os destaques ficaram para o “Empregado no setor privado com carteira”, “Empregado no setor privado sem carteira” e “Trabalhador doméstico”, que apresentaram baixas de 12%, 25,8% e 27,5%, respectivamente. O único setor que apresentou crescimento foi o “Empregado no setor público”, que avançou 2,1%.

Nos grupamentos por atividades, ainda na comparação interanual, todas as 10 atividades apresentaram queda. As baixas mais expressivas do período ocorreram nos setores de “Alimentação”, ao recuar 31,4%, “Serviços Domésticos” que diminuiu 27,5% e “Comércio” ao ceder 13,6%.

Já na comparação mensal, as quedas mais expressivas do período ocorreram nos setores de “Transportes”, ao recuar 2,8% e “Administração Pública” que cedeu 1,9%. Já o avanço com mais destaque ocorreu em “Construção” ao avançar 2,4%.

A População Economicamente Ativa (PEA) avançou 0,3% na base mensal e recuou 10,1% com relação ao mesmo período de 2019.

No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual avançou para 3,5%.

O avanço mensal na taxa de desemprego confirma o mal desempenho do mercado de trabalho decorrente das medidas restritivas em função da pandemia do coronavírus. Com o resultado de agosto, o desemprego novamente atinge o maior nível desde o início da série histórica em 2012, sendo que o resultado de julho já havia atingido tal marca. O mercado de trabalho foi fortemente prejudicado pela crise, enquanto a economia não se recuperar como um todo, espera-se que o índice continue refletindo as adversidades do cenário atual e siga com seu ritmo de crescimento do desemprego ao longo de 2020. Outros fatores importantes para se acompanhar são as repercussões do fim do auxílio emergencial marcado para o final do ano e as oscilações no mercado internacional com uma possível segunda onda do Covid-19 na Europa.

Nota:

Os dados aqui apresentados fazem referência ao mercado em geral e não possuem qualquer ligação com os dados operacionais da Boa Vista S.A. As opiniões aqui expressas são independentes e de autoria da área de Indicadores e Estudos Econômicos da empresa, que não tem acesso às informações operacionais da Boa Vista S.A.