De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego avançou para 14,6% no trimestre móvel encerrado em setembro. Em relação ao resultado anterior houve elevação em 0,2p.p., já quando comparado ao mesmo período do ano anterior, quando a taxa de desemprego foi de 11,8%, o número é 2,8p.p. maior.

Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 14,1 milhões, alta de 2,2% em relação ao mês de agosto.

 

Por outro lado, a população ocupada (PO), aumentou em 1,0% no mês, embora tenha registrado queda de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Dentre os destaques positivos, a posição de “Empregado no setor privado com carteira” apresentou alta de 1,0% e representa 36% da PO, “Conta-própria” subiu 1,2% (26% do total) e “Empregado no setor privado sem carteira” registrou variação de 2,9% (11% da PO). No sentido oposto, houve retração de 0,7% em “Empregado do setor público”, que representa 14% do total da PO.

Nos grupamentos por atividades, a PO subiu em 8 das 10 categorias no mês, mas na comparação interanual todas permanecem em queda. As baixas mais significativas foram observadas nos setores de “Alimentação” (-29,9%), “Serviços Domésticos” (-26,5%) e “Construção” (-16,6%). Por outro lado, na comparação mensal, os mesmos segmentos se destacaram após aumento de 4,7% em “Construção”, 3,6% em “Alimentação” e 1,3% em “Serviços Domésticos”.

A População Economicamente Ativa (PEA) avançou 1,1% na base mensal e a retração em relação ao mesmo período de 2019 passou de -10,1% para -9,2%.

No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual avançou para 4,1%.

 

A taxa de desemprego registrou avanços desde o início do ano, este foi o nono consecutivo, deixando claro o mal momento do mercado de trabalho, antes mesmo da crise oriunda da pandemia, mas também muito prejudicado por ela. O resultado de setembro bate e renova uma marca negativa para o mercado de trabalho, o maior nível desde o início da série histórica em 2012.

As perspectivas para o mercado de trabalho também não são as melhores, alguns indicadores já apontam sinais de enfraquecimento da retomada na atividade e a melhora deste mercado é vista como possível somente com a melhora da economia como um todo.

Ademais, rumores em relação à possibilidade de uma nova onda de contágio, o fim programado do auxílio emergencial (embora ainda muito discutido na esfera pública) são outros obstáculos que travam qualquer possibilidade de melhora no mercado de trabalho no curto prazo.

No momento atual, a principal aposta para destravar a economia talvez seja uma vacina eficaz no combate ao vírus, que também parece próxima, mas que só trará resultados tangíveis quando houver alguma definição acerca do cronograma.