Dados divulgados hoje pelo IBGE revelam que a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) recuou 2,2% no primeiro trimestre de 2019 contra o mesmo período do ano passado. Na comparação mensal ajustada sazonalmente o indicador caiu 1,3% em relação a fevereiro. Já referente ao acumulado dos últimos doze meses, a atividade industrial ficou praticamente estável (-0,1%).

Segundo a análise mensal dessazonalizada, a indústria de transformação apontou baixa de 0,5% em comparação com fevereiro. Dentre os ramos industriais houve queda da atividade em 16 dos 26 pesquisados, sendo que as principais influências negativas ocorreram em: produtos alimentícios (-4,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,7%). Por outro lado, os resultados positivos que mais impactaram a média global de março ocorreram em produtos do fumo (14,8%), móveis (5,3%) e farmoquímicos e farmacêuticos (4,6%).

Dentre as grandes categorias, em março apenas o grupo de Bens de Capital (0,4%) apontou crescimento. Os grupos de Bens Intermediários e Bens de Consumo caíram 1,5% e 2,0%, respectivamente. Já em relação ao primeiro trimestre do ano, o grupo de Bens de Capital recuou 4,3%, o de Bens Intermediários 2,0% e o de Bens de Consumo 1,9%.

A queda de março elimina o avanço registrado no mês passado e contribui para posicionar o indicador perto da estabilidade na análise em 12 meses. No entanto, mantida a base de comparação nota-se que o indicador voltou ao campo negativo, o que não ocorria desde agosto de 2017, refletindo a dificuldade do setor em estabelecer uma retomada da produção neste início de ano. Para os próximos meses, melhores resultados dependerão da retomada da confiança, melhor desempenho nos demais setores e queda no desemprego. Segundo as projeções reunidas no relatório Focus, pode-se esperar que a produção industrial cresça em torno de 2,0% em 2019.