Por Yan Cattani, economista da Área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista SCPC  

 De acordo com o Banco Central, o resultado fiscal consolidado registrou um déficit primário do setor público no valor de R$ 14,5 bilhões em agosto. Em 12 meses acumulados, o resultado acumulado em 12 meses atinge R$ 47,5 bilhões.  

Na comparação direta com o PIB acumulado em 12 meses, o superávit primário caiu de 1,2% em julho, para 0,9% em agosto. Este é o pior resultado para meses de agosto desde o início da série histórica (em 1997) e evidencia a deterioração ainda crescente nas contas públicas.

Esta constatação deve-se à elevação de custos da administração direta e indireta, podendo ser observada pela aproximação das curvas entre o resultado primário divulgado pelo BC (chamados dados "abaixo da linha" - necessidades de financiamento do governo central - levam em consideração as mudanças na dívida líquida, incluindo fontes de financiamento domésticas e externas, cobrindo todas operações de instituições não financeiras da administração direta e indireta, que são consignadas no Orçamento Geral do Governo Federal, incluindo a Previdência Social) e o elaborado pelo Tesouro Nacional (chamados “acima da linha”, que não contabilizam os gastos discriminados pela elaboração do BC).

Em suma, o resultado consolidado fiscal ficou bastante abaixo de sua meta (1,9% do PIB), já sendo possível afirmar que o cumprimento efetivo da meta (cheio, isto é, sem descontos, aportes do Fundo Soberano, dos programas de investimentos, antecipação de dividendos de empresas públicas, entre outras postergações contábeis) dificilmente será atingido.

fiscal ago14