De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 0,9% em agosto, na análise mensal dos dados dessazonalizados. Este é o pior resultado para o mês desde agosto do ano 2000. Para o acumulado de 2015 a retração é de 3,0%, contra o mesmo período do ano passado. Na análise do acumulado em 12 meses o varejo restrito acelerou a queda, passando para -1,5%.

Dentre as oito categorias, ainda na análise do acumulado em 12 meses, apenas três alcançaram variação positiva e o destaque ficou mais uma vez com: “Artigos farmacêuticos”, que registrou alta de 5,6%. Os demais segmentos ficaram configurados da seguinte maneira: “Materiais para escritório” (4,7%), “Outros” (4,4%), “Hipermercados e supermercados” (-1,7%), “Combustíveis e lubrificantes” (-1,9%), “Tecidos, vestuário e calçados” (-4,3%), “Móveis e Eletrodomésticos” (-8,2%) e “Livros, jornais revistas e papelaria” (-9,3%).

As categorias “Veículos e motos, partes e peças” e “Material de Construção” continuam em forte retração,         (-12,9%) e (-3,8%), respectivamente. Ambas agregam o resultado do varejo ampliado, que totalizou uma queda de 5,2% na variação acumulada em 12 meses.

A fraca atividade do varejo que reflete em grande parte os efeitos da pressão inflacionária e da baixa confiança na economia segue em linha com o indicador Movimento do Comércio da Boa Vista SCPC, que já tem demonstrado a deterioração do comércio desde meados de 2014. O cenário de queda do varejo já é esperado para o ano e sinais de melhora são esperados apenas para 2016. Por ora, nossa projeção de retração do setor fica em 2,0% nas vendas varejistas restritas e queda de 7,0% para o conceito ampliado, ambas perspectivas com viés de baixa.

Abaixo gráfico com a evolução das séries dessazonalizadas da PMC Restrita e do indicador da Boa Vista, Movimento do Comércio.

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