De acordo com o IBGE, o Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,87% no mês de agosto, acima da mediana das projeções, que variavam de 0,62% a 0,85% no mesmo período. Essa foi a maior alta para o mês de agosto desde 2000 (1,31%). No ano, o índice já acumula alta de 5,67% e, em 12 meses, de 9,68%.

O maior impacto veio do segmento de Transportes, que cresceu 1,46% no mês e puxou o índice para cima em 0,31 pontos percentuais. Esse resultado, contudo, foi influenciado pela gasolina que apresentou o maior impacto individual no índice de agosto (0,17 p.p.). Não obstante, o segmento de Alimentação e bebidas também apertou o índice após elevação de 0,60% no mês, pressionando os preços para cima em 0,29 pontos percentuais. Desta vez, a variação da alimentação no domicílio passou de 0,78% em julho para 1,63% em agosto.

Por fim, o segmento de Habitação segue acelerando o índice, com impacto de 0,11 p.p. após registrar alta de 0,68% no mês. O resultado foi influenciado pelo aumento de 1,10% no preço da energia elétrica, em linha com a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 2 que vigorou nos meses de julho e agosto.

O índice se afastou ainda mais do limite superior estabelecido pelo Copom, de 5,25% para o final de 2021. Mais do que isso, até aqui, a inflação continua bem resistente ao ciclo de alta na taxa básica de juros, Selic. Embora as projeções para a Selic ao final do ano estejam ainda maiores, a expectativa quanto ao IPCA segue subindo e, atualmente, aponta um crescimento de 7,58% ao final do ano.