Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE divulgada hoje, o volume do setor de serviços recuou 0,6% em setembro na comparação com o mês anterior (dados dessazonalizados). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o indicador avançou 11,4%. Com isso, o setor acelerou seu ritmo de crescimento na análise de longo prazo e registrou alta de 6,8% no acumulado em 12 meses, ante 5,1% em agosto. No ano o indicador aponta alta de 11,4% frente ao mesmo período de 2020.

Ao contrário do que foi verificado na pesquisa anterior, quando apenas uma das cinco atividades analisadas registrou queda, desta vez, quatro delas recuaram no mês, com destaque para ‘transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio’ e ‘outros serviços’, com baixa de 1,9% e 4,7% no período, respectivamente. A alta foi observada somente nos ‘serviços prestados às famílias, de 1,3% no mês.

Em termos regionais, houve retração mensal em 20 das 27 unidades da federação. Entre os principais resultados negativos, destaque para São Paulo (-1,6%), Minas Gerais (-1,3%), Rio Grande do Sul (-1,3%), Pernambuco (-2,2%) e Goiás (-2,2%). Por outro lado, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul avançaram, 2,0%, 2,9% e 3,6%, respectivamente.

Já a receita nominal do setor acelerou seu ritmo de crescimento e registrou alta de 8,6% no acumulado em 12 meses. No mês de setembro, o indicador apontou alta de 0,6% de acordo com dados dessazonalizados.

A queda mensal observado no volume de serviços no mês de setembro veio na contramão das expectativas de mercado, que previam um aumento de 0,5% em um intervalo de projeções que ia de queda de 0,4% a alta de 0,8%. Apesar do resultado negativo no mês, o indicador segue com bom desempenho na comparação interanual e alcançou o maior resultado da série histórica iniciada em 2012 na análise acumulada em 12 meses. Além disso, os serviços ainda estão em média 3,7% acima do nível pré-pandemia.

Vale ressaltar, no entanto, que mesmo essa recuperação pode se deparar com um obstáculo preocupante, como já foi observado em setembro, que seria a inflação dos serviços. Na variação acumulada em 12 meses, as curvas de volume e receita estão caminhando de mãos dadas, o que não é muito frequente conforme apontado no gráfico anterior e, evidentemente, essa inflação, quando vier, terá implicações, provavelmente negativas, sobre diversos setores da economia, como serviços e varejo.

As tabelas abaixo apresentam os principais números da PMS de setembro.