Desde o começo do ano a agenda de reajustes de preços administrados está em vigor. A tarifa de energia elétrica, um dos principais itens desta categoria, já havia sido considerada como um dos bens e serviços que mais impactaria o bolso das famílias. Hoje o resultado da inflação de maio concretizou a expectativa que os analistas de mercado temiam: especificamente para o item de energia elétrica houve um aumento de 58,46% nos valores acumulados em 12 meses.

O próprio grupo de habitação (cujo um de seus componentes é a própria energia elétrica) também mostra grande elevação na mesma base de comparação, com alta de 17,60%. Se subirmos um grau na escala, isto é, se considerarmos o núcleo acumulado de todos os bens e serviços com preços administrados – que de alguma maneira têm incidência de tributos ou depende de aval do governo -, observamos elevação de 14,08% nos valores acumulados em 12 meses. Já para o núcleo de recursos livres, também houve majoração considerável do preço de alguns bens, sobretudo produtos alimentícios da cesta básica, onde observa-se alta, por exemplo, de mais de 22% nos itens de Tubérculos, raízes e legumes. Com isso, a avaliação do resultado acumulado em 12 meses deste núcleo atingiu 6,91%, valor bastante inferior ao núcleo de preços administrados, mas que ainda permanece acima do teto da meta inflacionária (6,5%).

Em linhas gerais, o resultado agregado da inflação já atinge 8,47% nos valores considerados nos últimos 12 meses, continuando longe da meta inflacionária e que certamente deverá permanecer próximo a este patamar para o resto do ano. Para o consumidor resta apenas ficar atento: ainda há uma série de outros fatores econômicos desfavoráveis que poderão contribuir ainda mais para sua perda de poder aquisitivo, entre eles o desaquecimento do mercado de trabalho, aumento de tributação e elevação dos juros, entre outros. Em termos de economia doméstica, é hora de apertar os cintos. A época é turbulenta e qualquer cuidado adicional é válido para esta situação.