Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O Banco Central votou, por maioria simples, num último ajuste nos juros, acumulando 5,25 pontos percentuais de cortes sucessivos.  A taxa fica agora em 7,25%. Ainda é uma taxa bastante alta, se comparada a outros países do mundo, especialmente aquelas economias exportadoras de commodities parecidas conosco, como Austrália e Canadá.  Se deduzida a inflação anual projetada, aparece um juro real algo inferior a 3% ao ano que, mesmo assim, continuaria maior – embora não muito - do que o diferencial de risco-Brasil percebido hoje pelos investidores mundiais. Ou seja, pela primeira vez em muitos anos, desde a administração Armínio Fraga, o Banco Central mostra apetite para tentar praticar “juros normais” na compra e rolagem de papéis públicos.

O que seria normal e convencional, praticar juros em patamar nivelado ao resto do mercado mundial, tem sido recebido por alguns importantes economistas e financistas como se fosse um erro crasso do Banco Central. Esses críticos já erraram feio, no ano passado, ao condenar o presidente Alexandre Tombini, do Banco Central, por “baixar demais os juros, arriscando um descontrole da inflação”. Não houve nada disso. Agora, retomam as críticas, na mesma toada. O mesmo erro de percepção se repete.

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